De Camões à McKeena

Tô morando escondido
Debaixo de pilhas descarregadas
de livros e partituras,
gramáticas e literaturas.

Tenho umas aulas de cervantes
e solfejo e fico riscando círculos das quintas
todas as quartas e sábados.

Aos domingos pulamos as quadras
de Nostradamus em meio a
montes de editais que acumulamos

Na Cabala ou no Caibalion,
Entra escala e sai semitom
Quem fala são os diálogos de Camus
E, na mesinha, uma garrafa (quase parecendo xixi)
de vinho bordô vagabundo
Na falta de um bem seco Sauvignon

Me dá vontade de fazer como
Mckenna e sair caçando
cogumelos no campo, só pra ver

Aliás, adoro a teoria dele,
de que a evolução da nossa consciência
Só veio mesmo por causa das plantas.

O salto só foi possível
por causa da Psilocibina:
minha linda!

E o acidente que criou o LSD…
daria belíssima substituta
Mas ninguém vai permitir esse negócio
de expansão da mente, já pensou?

Sente um bem feito Daime
ou vai na Ayahuasca da Amazônia
pra você ver o tamanho da pedrada.

E se estiver preparado e
a cobra aparecer,
não tem verso que explique
se você perceber que és
mesmo do tamanho do universo.

Mas esse é tema
pra um outro verso.

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